quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Desisti da culinária. Pelo menos até que sobre mais tempo pra chegar em casa e preparar as coisas de modo que tudo fique pronto antes das duas da manhã...Ou seja... Nevermind!
O que importa é que, uma vez mais, meu blog se safou do ostracismo - não sei por mais quanto tempo, e tudo por conta de uns momentos de reflexão que me vêm de vez em quando...
Estava eu caminhando na Praça Buenos Aires, quando me veio a idéia de escrever sobre PAIXÕES. Não falo de paixão carnal, mas sim daquela paixão que sentimos por pequenas (ou grandes) coisas que nos movem, que trazem mais graça à nossa rotina, que nos inspiram a fazer, ou ao menos tentar, algo melhor.
Eu mesma, como uma boa virginiana com ascendente em escorpião e três casas em leão (sim, é o que diz meu mapa natal!) -, tenho uma ânsia de viver meio grande demais, e acho que isso vem, muito provavelmente, dessas diversas paixões que tenho na vida...
Queria começar pela minha paixão pelos cães.... Estava ali, caminhando na praça, quando cruzei com uma menina que corria com seu cão. Um vira-latinha preto-e-branco, com um olho preto e o outro azul. Aparentemente o coitado já estava exaurido de tanto correr, linguinha de fora e totalmente ofegante; deveria ser filhote, aquela coisa fofinha. Enquanto a dona corria ouvindo seu MP3, o pobrezinho acompanhava bravamente seus passos, todo esbaforido, porém sorridente, e parecia orgulhoso da sua dona. Um autêntico "broder"! É nessas horas que penso na lealdade e companheirismo dessas criaturinhas! Vai ver se um urso faria isso por você...!
Todo dia quando chego em casa após o trabalho, sou recepcionada pelos HOSTS oficiais de casa, a Vicky e o Dunga, que me abanam o rabinho e até terem câimbra. Tudo bem que eles sabem muito bem atuar como uma dupla terrorista, visando um ataque fatal à mesa do almoço de domingo, e também como fazer uma chantagenzinha emocional pra ganhar uma borda de pizza - eles sabem que não resisto a tanta fofura. Mas ainda assim, classifico essas delícias como uma das grandes paixões da minha vida.
Outra grande paixão: a música! Quem me conhece bem, sabe que sempre tenho uma música na cabeça pra qualquer palavra que me falem; a parte ruim disso (se é que isso pode sequer ser classificado como bom!) é que não se tratam, necessariamente, de músicas necessariamente boas. Preciso aqui declarar que sou uma apaixonada pelas músicas bregas. Daquelas bem cafonas, mesmo!!! Que falam de amor de uma forma tão pura, ou então, que fingem de forma tão exagerada um amor que, na verdade, não existe, que elas me conquistam e emocionam, principalmente nos momentos de embriaguez!!! O que é melhor que, num dia quando tudo dá absolutamente errado, você poder se refugiar num antro de cantores amadores e afogar suas mágoas cantando, por exemplo, Boate Azul?? Poxa!! É um sentimento único de liberdade; um desabafo de tudo o que está entalado na sua gargante e que você, por algum motivo, não pode simplesmente por pra fora; praticamente uma sessão de descarrego! Por isso, fica minha dica: não ligue pro Edir Macedo nessas horas - dirija-se ao karaokê mais próximo de sua casa.
Obviamente que, se sou apaixonada pelas músicas cafonas, também teria de sê-lo pelas músicas realmente boas (ou não, depende do seu ponto de vista!). Tem dias que a única coisa que me faz relaxar é quando deito na cama e coloco algum som que reflita meu estado de espírito naquele momento. E é esse o lance: meu gosto não se restringe a estilos e/ou cantores, bandas etc; gosto de música que se adeque ao meu humor exatamente no momento em que a escuto... E assim como sou apaixonada por escutar uma música de qualidade, também amo pegar o violão e arriscar tocar alguma coisa... Não tenho um repertório definido e, na verdade, gosto de tocar um pouco de tudo mas, particularmente, adoro tentar fazer interpretações inusitadas de músicas que me agradem.  Sinto que é nesses momentos que realmente consigo expressar o que sinto e que encontro uma paz de espírito plena!
Também sou apaixonada pelos idiomas, pelos livros, viagens, esportes, cinema, teatro e dança... E muitas outras coisas que, provavelmente, não caberiam num texto tão curto assim...Adoro essa sensação de me transportar de onde estou para um outro lugar, e isso tudo me é proporcionado por cada uma dessas coisas que acabo de citar. Muita gente pode dizer que é um certo modo de fuga da realidade. Eu prefiro pensar que não; acredito que sejam, antes, atividades que dão tempero à minha vida. A rotina me mata. Adoro a expectativa do novo e, até mesmo, do que é incerto. Tenho necessidade de estar sempre aprendendo algo, de começar algum curso diferente, viajar para lugares onde nunca estive, dançar novos ritmos. É uma forma de manter sempre acesa essa minha euforia pela vida, esse meu lado infantil e de quem, muitas vezes, só vê o lado bom das coisas...










sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O duelo e o frango indiano

Apesar da  demora em postar de novo, ainda não foi dessa vez que abandonei meu blog. Os últimos dias foram bastante corridos e percebi que vai ser humanamente impossível fazer as receitas durante a semana Sendo assim, os próximos pratos serão feitos todos aos finais de semana, pra alegria da minha mãe (ou não), mesmo porque eu também lavo a louça (é, eu não me livrei dela!).
O lado bom de eu ter começado a me aventurar na cozinha é que acabei, por tabela, aguçando o espírito competitivo da Dona Marina. Ela, como ex-atleta profissional, sentiu seu posto de dona de casa dominadora ligeiramente abalada pelo meu potencial empreendedor, e resolveu mexer seus pauzinhos. O fato é que Dona Marinalva, no dia seguinte ao meu peixinho, invadiu a cozinha sem me falar nada e preparou um peixe que, obviamente, deixou o meu no chinelo - ela não sabe brincar! Um Saint Peter também com um creme maravilhoso de alho poró, arroz e puré de batata com mandioquinha, tudo bem tempradinho como não poderia deixar de ser algo vindo dela... Enfim, preciso confessar que me senti ligeiramente humilhada. Mas não parei por aí, e foi nisso que este duelo não-anunciado teve seu início!
Na sexta-feira pós-receita da mamãe que arrasou meu peixinho, eu e meu querido namorado, vulgo Lindão, passamos no Pão de Açúcar pra comprar algo comestível antes de viajarmos. A idéia inicial era fazer algo rápido e simples, mas após aquele dia de humilhação interna, eu precisava provar p/ mim mesma que não deixaria aquele Saint Peter da minha mãe me fazer desistir da culinária. Compramos peito de frango cortado em cubinhos, curry, leite de côco, pimentões de 3 cores (deu pra perceber que gosto muito de pimentão?), pimenta do reino e batatas (p/ fazer sauté), e inventei um tal frango indiano à minha moda. Surgiu assim, meu segundo prato, ainda que não tivesse sido planejado.
Bom, a receita deste frango é bastante simples e rápida de se preparar, porém como já era de se esperar eu acabei me esquecendo de 2 ingredientes importantes: gengibre e creme de leite. Mas, no final, até que o resultado foi surpreendentemente bom!

Frango indiano com curry e pimentões
Dificuldade: fácil
Tempo de preparo: 30 minutos

- 400g de peito de frango em cubos
- 1 garrafinha de leite de côco
- 3 pimentões coloridos
- meia lata de creme de leite
- curry, gengibre e pimenta do reino

Comece temperando os cubos de peito de frango com sal, alho e pimenta do reino; refogue cebola no azeite e depois acrescente o frango temperado e deixe dourar. Quando o frango já estiver bem douradinho, acrescente o leite de côco, os pimentões picados em cubinhos, o curry e o gengibre (ralado bem fininho) e mexa por aprox. 15 minutos. Acrescente o creme de leite e mexa por mais alguns minutos, sem deixar ferver. Quando o caldo estiver cremoso, o frango estará pronto p/ servir.
Para acompanhar, fiz a batata sauté, que é feita basicamente com muuuuuuuuuuuita margarina, cortadas em fatias grossas, com bastante cebolinha e salsinha, e leva cerca de meia-hora pra ficar no ponto!
Bom... também não estava com a máquina pra fotografar o passo-a-passo e o resultado final, mas apesar do improviso do prato sem 2 ingredientes bastante importantes, o frango ficou uma delícia e agora acho que finalmente meu namorado acredita que eu siba cozinhar algo além de miojo e batata recheada no microondas! Último comentário p/minhas 2 primeiras receitas: já vi que dificilmente conseguirei preparar qualquer prato light =P

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O resultado!

Com um dia de atraso, começo meu segundo post do ano! Acho que nunca conseguirei cumprir minhas promessas totalmente à risca e pontualmente, hehehe...
Saí do trabalho na terça-feira e passei no mercado p/ fazer as compras, porém como alguns dos ingredientes originais estavam em falta, tive que fazer duas adaptações (o que tornou o peixe um pouquiiinho mais calórico do que teria sido na receita original): troquei o alho poró por pimentões e a abobrinha por mandioquinha.
Tudo comprado, corri para casa e minha mãe abriu a porta com cara de interrogação ("Pra quê isso tudo?"). O complicado da Dona Marina é que, além de tudo, ela é extremamente ciumenta e possessiva com sua cozinha maravilhosa. O negócio foi convencê-la de que o fato de eu aprender a cozinhar só traria benefícios à casa, afinal de contas, quem é que vai cozinhar p/ o pobre do Fernando, meu irmãozinho de 21 anos, quando ela eventualmente não estiver em SP? Bom, ela concordou meio que a contra-gosto em entregar sua pobre cozinha aos meus cuidados e tenho certeza que ficou rezando ininterruptamente durante 1 hora pra que eu não deixasse nada queimar, não cortasse meu próprio dedo fora e nem derrubasse a travessa de vidro no chão com todo o peixe p/ delírio dos cães.

Seguindo a sugestão da Lu, resolvi classificar a receita de acordo com o nível de dificuldade e tempo de preparo!
Segue agora, portanto, a receita do meu primeiro prato, lembrando que as quantidades abaixo são p/ servir 4 pessoas:

Filé de Saint Peter ao forno com pimentões e puré de mandioquinha

Dificuldade: fácil
Tempo de preparo: aprox. 1 hora

Para o peixe:

- meio kg de filé de Saint Peter
- 3 pimentões coloridos (amarelo, verde e vermelho)
- 2 cebolas médias
- alho
- sal a gosto
- 1/2 copo de vinho branco
- pimenta do reino em pó (usei a branca, mas isto fica a critério de cada um)
- salsinha
- cebolinha
- azeite
- limão (só um pouquinho p/ não enrijecer a carne)

P/ o purê de mandioquinha:

- 300g de mandioquinha
- 2 colheres de margarina
- sal a gosto
- pimenta do reino em pó
- 2 colheres (sopa) de requeijão
- 1 copo de leite

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Antes de tudo, em uma travessa grande,  coloque o vinho branco, a pimenta, o azeite, as ervas e o sal, misture tudo e acrescente os filés. Por último esprema o suco de meio-limão - deixe tudo marinando por aproximadamente 20 minutos. Enquanto isso, fatie os pimentões em rodelas, bem como as duas cebolas, e coloque-os num pirex grande de vidro untado com azeite. Temperar os legumes com um pouquinho de sal também é uma boa p/ pegar um pouco mais de sabor. Feito isto, é só acrescentar os filés marinados em cima dos legumes e levar ao forno por cerca de 40 minutos. PRONTO!

Observações: para que os filés não ressecassem muito, coloquei um pouco de azeite em cima dos filés após uns 15 minutos de forno!


CONCLUSÕES:

- Por mais simples que pareça a receita, tive um bocado de trabalho na execução como cozinheira estreiante. Tudo é muito bonito, rápido e fácil no programa do Jamie Oliver, porém com toda a minha habilidade de principiante, minhas dúvidas em relação à quantidade de sal e pimenta, tempo de cozimento, além dos dois cockers famintos chorando na porta da cozinha, o processo todo fica um pouco mais complicado e lento! Ainda assim, como estou metidinha, resolvi classificar a receita como fácil!
- Fazer este peixe no forno deixa tudo um pouco mais calórico, pois a quantidade de azeite que você acaba utilizando é muito maior do que se você fizesse-a numa panela comum, o que também é possível.
- No final das contas o peixe ficou delicioso! Dona Marinalva ficou orgulhosa da filha, tanto que disse que serei  nomeada a nova chefe oficial da casa - tudo bem, ela é coruja demais e tenho que dar um desconto;
- A troca dos purés também, no fim das contas, valeu a pena - puré de mandioquinha é simplesmente maravilhoso, por algumas calorias a mais (hehehe);
- Tudo o que engorda é mais gostoso que comida de gente magrinha!

That´s all, folks!


Obs.:Não foi possível fotografar o prato pronto, pois a bateria da minha máquina acabou

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mudanças 2012

É bem verdade que o início de um ano novinho em folha estimula a gente a começar coisas novas, ou retomar algo que deixamos pelo meio do percurso no ano que se passou. Foi sobre este assunto que escrevi pela última vez no bloguinho e é falando disto também que eu gostaria de dar início ao primeiro post de 2012 - após um ano no ostracismo absoluto - que fiasco!!
Na sexta-feira passada, 30 de dezembro, recebi um e-mail de um colega de trabalho com um texto interessante, supostamente de autoria de Carlos Drummond de Andrade. Esse texto dizia que a divisão do tempo em anos foi uma das grandes criações humanas, pois é exatamente este suposto  "término" de um ciclo e início de um próximo, totalmente novo e "em branco", que nos dá ânimo de iniciar novos projetos; que nos impulsiona a fazer promessas com um prazo fixo p/ serem cumpridas(a maioria delas, 31/12), resumindo: que nos move. É isso também que cria em todos uma falsa sensação de alívio por mais um ciclo encerrado e nos dá fôlego para corrermos atrás de tudo o que não conseguimos realizar no ano que se encerrou.
Pensando nisso, eu e minha querida amiga Carolina Fernandes resolvemos criar uma Wishlist 2012, de forma que nossas "metas" do ano se tornem mais "palpáveis" e não fiquem pelo caminho, como acontece com a maioria das promessas. Não convém citar aqui todos os meus desejos p/ este ano, até porque a lista é bastante longa e não tão interessante pra quem ler este post, porém vale mencionar um dos ítens dessa listinha: retomar o meu querido blog - só que com uma ressalva: desta vez, escrevendo especificamente sobre culinária (eventualmente farei alguns comentários bobos do meu dia-a-dia também, o que é invevitável...)!

A idéia de aprender a cozinhar surgiu após lavar muita louça durante o fim de semana do Reveillon, uma vez que o dirty job sempre sobra para aqueles que, como eu,  não cozinham nada muito além de ovo frito, puré de batata, pipoca de microondas e um arroz basicão. 

Eu, como filha e neta de cozinheiras de mão-cheia, confesso aqui minha vergonha e insatisfação por não ter herdado esse dom de família; porém, quem sabe com a prática, a coisa não começa a se desenvolver de forma surpreendente? Bom... A idéia inicial é escrever apenas receitas LIGHT, de forma a reduzir um pouco do prejuízo causado pela comilança de fim de ano e, além disso, não pretendo copiar receitas de livros, revistas ou sites da internet , mas apenas pegar algumas dicas e, se possível, criar minhas próprias receitas (medo)!
E agora, indo direto ao assunto: como pessoa indecisa que sou, é óbvio que ainda não sei qual será a receita da semana, que vai inaugurar a nova fase do Blog da Caninha. Só sei que será algo com peixe e bastante legumes... Pensei num Saint Peter ao molho de ervas e alho poró, acompanhado de um purê de abobrinha! Veremos se até o fim da tarde eu mantenho este menu...
Bom, por ora é isto. Termino este post pensando na reação da minha mãe quando eu entrar em casa à noite,  cheia de sacolas do supermercado, dizendo que decidi cozinhar. Com certeza ela vai pensar que eu não estou muito bem da cabeça (por mais "mãezona" que a Dona Marina seja, eu duvido que ela acredite no meu potencial como mestre-cuca), mas isto é papo para o post de amanhã: o resultado da primeira receita e as reações de Dona Marina.